Com novas esquetes e homenagens, "Os Trapalhões" retornam à TV

No ano que completa quatro décadas de programa, "Os Trapalhões" retornam hoje à televisão com Didi, Dedé, novos personagens e muitas homenagens

Publicado em 17/07/2017 às 06h51

Atualizado em 18/07/2017 às 08h08

Acredite se quiser: “Os Trapalhões” estão de volta! Sucesso que marcou inúmeras gerações de fãs ao longo dos anos tanto na televisão quanto no cinema, o grupo humorístico, que completa quatro décadas de existência neste ano, estreia a sua nova temporada hoje à noite, às 20h30, no canal Viva.

E esse retorno, que chega à TV Globo em setembro, vem acompanhado também de novos integrantes. No caso, juntam-se a Didi (Renato Aragão) e Dedé (Dedé Santana), os personagens Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) e Zaca (Gui Santana). Na trama, a missão de Dedé e Didi é, na condição de mestres, ensinar a essa nova trupe como ser um “verdadeiro trapalhão”.

A nova trupe de “Os Trapalhões” é formada por Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) e Zaca (Gui Santana).
Foto:TV Globo/Divulgação
A nova trupe de “Os Trapalhões” é formada por Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) e Zaca (Gui Santana).

Tudo isso rola ao longo dos nove episódios dessa nova temporada. Neles, o agora sexteto, divertirá o público com esquetes inéditas, além de resgatar quadros que fizeram sucesso no passado. Exemplo: o quartel-general e o Sargento Pincel – que será interpretado pelo ator Ernani Morais – está de volta.

Resgate

Para o diretor do programa, Fred Mayrink, a intenção dessa nova fase do programa é mostrar “um jeito trapalhão de ser”. “O programa traz esse espírito e resgata uma grande marca que é essa aura circense, essa comédia ingênua, tudo com um foco muito leve. O texto tem muita delicadeza e nós temos um caminho muito rico de possibilidades”, explica.

Um dos responsáveis pelos roteiros dessa nova temporada é o jornalista e crítico de cinema Rodrigo Fonseca. Fã do grupo original desde pequeno, ele destaca o tom de tributo que o programa tem às trapalhadas dos integrantes originais Dedé, Didi, Mussum e Zacarias.

“É uma homenagem ao grupo original. Nunca iremos conseguir recuperá-los. O programa não é nem um remake, mas um revival. Um tributo a essa grife de 40 anos”, destaca ele, que adianta como serão os novos episódios.

“Existe uma única história-guia: quatro rapazes atrapalhados que buscam aprendizado com Didi e Dedé”, conta ele. “As esquetes são das mais variadas situações: desde eles como super-heróis até como uma banda de rock”, diz o jornalista, atualmente trabalhando num livro de memórias de Renato Aragão que deve ser publicado pela editora Sextante até o fim deste ano.

Nova trupe

Embora reconhecidos como ícones do humor brasileiro, Dedé Santana e Renato Aragão ressaltam a troca positiva de experiências com os novos atores da trupe. “Aqui não existe mestre e nem aprendiz, existe uma nova trupe”, disse Renato em coletiva de imprensa nos Estúdios da Globo, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, Lucas Veloso, que encarna Didico, aproveitou para admitir seu nervosismo durante as filmagens. “No começo fiquei nervoso, porque não é todo mundo que grava com Didi e Dedé”, diz.

Já Mumuzinho, sambista que dá vida a Mussa, conta o que é, para ele, ser um “trapalhão”. “É ser engraçado, irreverente, desencanado. Não pensa muito no que vai falar, mas faz tudo com amor”, conclui.

Os Trapalhões

Estreia hoje, às 20h30, no canal Viva.

Confira abaixo a entrevista com Mumuzinho, sambista que interpreta o personagem Mussa nessa nova temporada de "Os Trapalhões":

Primeiro de tudo queria que você falasse sobre a sua relação com "Os Trapalhões". Você foi um grande fã deles quando criança?

Eu faço parte dos milhões de brasileiros que assistiu e teve "Os Trapalhões" como dia a dia na infância e tenho uma ligação muita engraçada. Desde quando éramos pequenos, meu irmão mais velho, o Marcelo, sempre foi chamado de "Mumu", por conta da aparência que todos achavam parecido com o Mussum. Então desde lá sempre tive esse vínculo e, claro, fui e sou muito fã desses ídolos da televisão brasileira.

O que Dedé, Didi, Mussum e Zacarias representam para você?

O humor brasileiro, ídolos, infância e agora que convivi com o Didi e Dedé nos últimos 4 meses, muito respeito por eles que tiraram de nós o melhor para essa homenagem aos 40 anos de "Os Trapalhões".

No remake, que estreia na noite da próxima segunda (17), no canal Viva, você interpreta o Mussa. Já li entrevistas suas falando que Mussum era seu ídolo. Como foi receber o convite para interpretar esse papel?

Foi uma coisa inesperada. Uma coisa que vem de Deus poder dar continuidade a essa grande referência no humor e no Samba que é o Mussum. Na realidade é uma homenagem, estamos fazendo uma homenagem a ele. Ser ele é impossível. É uma responsabilidade muito grande, mas espero que todos curtam, porque eu me dediquei muito, muito.

E como foi o processo de construção do seu personagem para o programa? Houve uma pesquisa? Se sim, quanto tempo ela levou?

O processo de construção do meu personagem para o programa durou mais de 6 meses. Desde quando recebi o convite já comecei a estudar na internet e pesquisei muito. Antes das gravações, tivemos workshop com o professor "Marcio Libar" para aprender os detalhes de todos os personagens. Depois nas gravações, a cada dia era um novo aprendizado e depois das gravações, na maioria das vezes eu continuava estudando.

O que podemos esperar do seu personagem? Ele é um "Mussum moderno"?

Eu me dediquei muito, assistam, vocês vão gostar. Mussa é um Mussum atual. Assistam e me digam o que acham.

Depois de estrear no Viva, o programa vai para a TV aberta em setembro. Inevitavelmente, as comparações dessa nova versão com o programa original vão acontecer. Pra você, isso é algo que incomoda ou algo normal quando se trata de uma produção que marcou uma geração inteira de pessoas?

É algo normal quando se trata de uma produção que marcou uma geração inteira de pessoas. Deixem o preconceito de lado. Nós não seremos os "Novos Trapalhões". Queremos prestar uma homenagem aos "Trapalhões" que sempre nos trouxeram tanta alegria.

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