Economia capixaba em ritmo de crescimento
Empresas programam novos investimentos
Empresas programam novos investimentos
Em busca de novas oportunidades, aprimoramento de gestão e foco na redução de custos, empresas do Espírito Santo conseguiram crescer em meio à turbulência econômica. E, agora, com a redução dos efeitos da crise, projetam bons resultados. Um dos fatores que tem auxiliado as empresas nessa retomada são os programas de incentivo ao desenvolvimento do Governo do Estado, o Invest e o Compete. Desde 2003, quando foram implantados, eles já permitiram a implantação de mais de 250 projetos, com R$ 8 bilhões de investimentos e a criação de 17 mil empregos. Para os próximos dois anos, as empresas enquadradas no Invest planejam investir R$ 952 milhões no Estado, gerando 1.130 empregos diretos.
“O Estado desenvolveu um programa de incentivos que garante a necessária competitividade do Estado para atrair, manter e permitir a ampliação de empresas de qualidade. Muitos investimentos realizados nos últimos anos estariam em outros estados sem os incentivos locais”, destaca o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Azevedo.
Apesar das peculiaridades internas, como o fechamento da Samarco, o fato é que o desempenho da indústria capixaba chegou a ser o pior do país, com queda de 21,6% entre janeiro e outubro de 2016, segundo o IBGE. Resultados como esse levaram os empresários a deixar a zona de conforto para se manterem competitivos.
Com investimento de R$ 395 milhões e com previsão de geração de 600 empregos diretos e indiretos, a Placas do Brasil conclui até janeiro de 2018 uma indústria de insumo para o setor moveleiro no município de Pinheiros, próximo ao limite com Pedro Canário.
"Esse investimento só está sendo possível por causa da capacidade empreendedora, da persistência e da determinação de um grupo de 35 empresários que querem mudar a história da indústria moveleira do Estado", comentou Luís Soares Cordeiro, presidente do conselho de administração da Placas do Brasil.
Outro exemplo de superação em tempos de crise vem de Paulo Gonçalves, dono da Espírito Cacau, que vai lançar em junho uma loja conceito da marca na Praia do Canto, em Vitória, e inaugurar uma fábrica de chocolates na Serra. Além dos 12 funcionários da administração, serão gerados outros 40 empregos diretos atuando na produção especializada.
Para investir na crise, foi necessário analisar oportunidades cuidadosamente. "Crises sempre existirão enquanto não tivermos mudanças tributária, trabalhista e fiscal. Mas vimos que, neste momento, o mercado de produtos funcionais e naturais está crescendo muito. As pessoas querem alta qualidade", avalia Gonçalves.
Mais uma demonstração de que, apesar da crise, é possível fazer acontecer em Aracruz. A capixaba Imetame construirá um novo terminal portuário no município. O investimento total é estimado em aproximadamente R$ 300 milhões. O terminal disponibilizará condições para atracação de embarcações que receberão os equipamentos produzidos pela própria empresa, bem como de plataformas de petróleo para reformas e manutenções diversas, e utilização de áreas e atracadouros como base de apoio às operações offshore. O início das obras está previsto para o segundo semestre de 2017 e terá no “pico” das atividades aproximadamente 1.200 trabalhadores.
Ainda na região Norte, a Brametal, uma das maiores fabricantes de estruturas metálicas para geração e transmissão de energia e telecomunicações da América Latina, anunciou que pretende construir uma nova planta industrial em Linhares. Estima-se que a fábrica incrementará o faturamento da empresa em R$ 100 milhões até 2018. O faturamento previsto para 2017 é de R$ 470 milhões.
Empresa do ramo de soluções ambientais, a Marca Ambiental viu despencar 30% do faturamento de 2016, apesar de uma série de medidas de enfrentamento à crise. Agora, a empresa vive expectativas com a fábrica que transformará pneus em energia e outros produtos, com a usina de reaproveitamento de entulhos da construção civil e, ainda, com uma usina de produção de asfalto estocável. Todas estarão funcionando em 2017.
O diretor-executivo da empresa, Gustavo Ribeiro, contou que a companhia apostou em criatividade e tecnologia para melhorar os processos. "Quando estávamos numa maré boa não prestávamos atenção em todas as oportunidades", afirma.
Gestão e tecnologia foram conceitos aos quais Giuliano dos Santos, diretor da Apoio Engenharia, recorreu com frequência para conviver com a crise. Ele também conta que buscou oportunidades em outros mercados. Assim, conseguiu dobrar o faturamento em 2016 em comparação a 2015, e pretende manter o ritmo acelerado ao longo de 2017.
"Vimos muito empresário rico e empresa pobre nessa crise. Nossa mentalidade é que a empresa tenha estrutura para viver a longo prazo. Essa foi mais uma. O empresário tem que deixar tudo sempre enxuto e manter know-how", afirma.
Prestando serviço de engenharia de acesso, com andaimes, elevadores e máquinas para grandes indústrias do Estado, além de tratamento de superfícies metálicas, a empresa demonstra que a tecnologia foi determinante para reduzir custos e manter-se sustentável. "A inovação deve estar em todos os aspectos da indústria", salienta.