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A cultura oriental não para de invadir o ocidente. Depois dos mangás, animes e do k-pop, agora é o momento dos k-dramas, os doramas, folhetins coreanos que têm virado febre no Brasil. Bem... se parece que estamos falando coreano, leia os parágrafos a seguir para entender um pouco mais.

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A publicitária Fernanda Bayer, de 24 anos, conta que se rendeu aos k-dramas por influência do k-pop (vertente musical coreana que chegou ao ocidente).

“Eu acho que começaram a perceber que a cultura oriental tem também muitas coisas a oferecer, coisas que são tão boas e legais quanto os produtos que vêm do ocidente. Espero que cada dia mais o k-pop e os doramas fiquem populares para eu conseguir mais ter acesso a eles” , explica, bem-humorada.

A escritora e jornalista Gabriela Brandalise, 34, conta que começou a gostar de k-dramas há três anos e desde então, se tornou tão apaixonada pela maneira asiática de contar histórias que resolveu escrever a sua própria, “Pule, Kim Joo So”, que será lançada este mês e mescla a nossa cultura ao mundo dos doramas.

“Pedi apenas que a capa trouxesse um rapaz coreano e que as fontes fossem características do país. Assim, quem não conhece nada da cultura coreana, pode se interessar, e quem conhece alguma coisa tem aquele gatilho para reconhecer”, diz.

NARRATIVA

Gaby Brandalise comenta também que a estrutura narrativa das produções coreanas são muito originais.

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“A gente passa a vida inteira consumindo a estrutura narrativa ocidental e quando encontra dorama é tudo muito diferente. A atuação, os planos, as histórias. Mas, de alguma maneira, tudo aquilo começa a fazer sentido depois de um tempo. É sempre assim: você estranha, e depois se apaixona”, conta.

Para ela, o drama nas produções coreanas se constrói com uma série de clichês que funcionam – como os contratos, as famílias ricas e o choro masculino – e somam na construção de uma história forte, com cenas bem pensadas.

“O beijo dos protagonistas, por exemplo, não é um momento vazio. É um momento que tem luz, tem ângulo, sempre tem um contexto que vem sendo construído ao longo de alguns episódios. A energia que Hollywood gasta com as cenas de ação é a mesma que as produções audiovisuais coreanas usam para contar uma história de amor”, compara.

Ela comenta ainda a respeito da importância narrativa que o amor constitui para o protagonista. “O herói só é o que ele é porque ele ama aquela mulher. A sinceridade, honestidade, o sentimento do personagem são momentos que revelam esse herói ou heroína. O beijo coreano vem para selar isto. É carregado com tanta coisa, que tem peso na decisão emocional dele. Essa é a principal coisa que diferencia das produções no mundo ocidental”, pontua.

Gaby também fala que a cultura oriental tem muita coisa interessante a mostrar.“Individualmente, aprendi coisas com a cultura coreana.Por exemplo, como eles respeitam os mais velhos, a importância que dão à amizade e aos princípios morais”, finaliza.

STREAMING

Por mais que os doramas, ou k-dramas, estejam populares por aqui, o acesso a eles ainda não é muito conhecido, ou seja, é tarefa para um fã de verdade procurar dramas coreanos. Mas as coisas têm mudado.

Se as fontes antes eram a pirataria ou os vídeos postados ilegalmente no YouTube (que no fim das contas também é pirataria), hoje algumas plataformas de streaming já facilitam a vida da galera e proporcionam uma gama de conteúdos. Não demorou para que surgissem plataformas especializadas nos doramas ou que as mais populares, como a Netflix, passassem a abraçar o material em seu vasto catálogo.

A Viki e DramaFever são dois desses serviços impulsionados por fãs, que permitem assistir conteúdos gratuitos e outros Premium, que são pagos. A Netflix também está incorporando cada vez mais produtos deste tipo em seu catálogo.

A escritora e jornalista Gaby Brandalise fala que o crescimento desse tipo de plataforma segmentada contribui para a propagação da cultura oriental como um todo. “O que essas plataformas fazem é mais do que simplesmente disponibilizar episódios legendados. Elas globalizaram os doramas. São verdadeiras comunidades em que pessoas do mundo todo conseguem assistir às produções asiáticas e também se encontrar para conhecer mais sobre aquelas culturas e conversar sobre elas”, esclarece.

ONDE ASSISTIR

Kill Me, Heal Me

DramaFever

Após sofrerexperiência traumática em sua infância, Cha Do Hyun sofre lapsos de memória e sua personalidade é fragmentada em sete identidades diferentes. Ele tenta retomar o controle de sua vida com a ajuda de Oh Ri Jin, uma psiquiatra que está no seu primeiro ano de residência e o trata secretamente.

Boys Over Flowers

Netflix

Nos primeiros dias de aula, Geum Jan-di (Ku Hye-sun) enfrenta o grupo F4 (formado por herdeiros que mandam na escola) para defender uma amiga. isso é o ponto de partida para ela conhecer Go Jun Pyo (Lee Min-ho), e criar grandes amores e amigos.

Goblin

DramaFever

Um lendário guardião, cansado da sua vida imortal, resolve acabar com ela, mas, para isso, precisa arranjar uma noiva humana. Mas as coisas se complicam quando ele começa a se apaixonar por ela e encontra motivos para permanecer vivo.

Hello, my twenties! / Age of Youth

Netflix/DramaFever

Cinco estudantes com personalidades muito diferentes dividem uma casa, descobrindo, aos poucos, os segredos umas das outras e aprendendo o verdadeiro significado de amizade.

Strong Woman Do Bong-soon

Netflix/Viki

Uma garota incrivelmente forte, mas com uma personalidade meiga, fica dividida entre o amor pelo chefe arrogante, mas ainda assim lindo, e o crush de infância bonitão, mas totalmente desinteressado por ela.

Descendants of the Sun

Netflix/Viki/DramaFever

Um soldado e uma médica acreditam ter encontrado o amor verdadeiro até perceberem que a diferença entre seus trabalhos pode causar um grande dilema nesse relacionamento.

Page Turner

Viki/ DramaFever

Forçada a se tornar uma pianista pela sua mãe, Yoo Seul descobre um novo amor pela música após um acidente que mudou sua vida.